Motoboy humilha pedido de “disk droga” e dá bronca em cliente: “Tá atrapalhando nosso corre”
Vídeo viral mostra entregador do Rio recusando corrida que pedia drogas e fazendo apelo contra esse tipo de pedido

Foto: Reprodução / Rdes Sociais
O motoboy Allan Rocha, do Rio de Janeiro, viralizou nas redes sociais ao compartilhar um vídeo que mostra uma corrida inusitada — e potencialmente perigosa — recebida por meio de um aplicativo de entregas. No pedido, o cliente solicita que ele vá buscar "três pinos" de droga.
A mensagem do cliente pedia sem rodeios:
"Mano, te falar na humildade. É um corre de três pinos, pega pra mim, mano. Chegando lá, você pede três 'escama' e pede o Pix e me manda aqui. Na moral, cancela não", escreveu o cliente.
Allan não engoliu o pedido e decidiu expor — com indignação — o que, segundo ele, tem virado rotina nas plataformas: corridas que na verdade funcionam como aplicativos de encomenda de entorpecentes. No vídeo, o entregador repreende o solicitante e faz um desabafo sobre o risco e o desrespeito ao trabalho.
"Você que tá pedindo esse tipo de corrida aqui pra fazer a gente de 'disk droga', pega a visão que tu tá atrapalhando nosso corre. Se fosse pra ser aviãozinho de vocês, a gente tava dentro da favela, e não aqui na pista trabalhando. A próxima vez que eu pegar esse tipo de corrida, eu vou pegar o dinheiro e vou sumir, aí eu quero ver você ligar pra polícia e me denunciar. Para com isso que a gente é trabalhador", desabafou.
No vídeo, Allan mistura admoestação e alerta: além de condenar o uso do serviço para fins ilícitos, ele chama atenção para a exposição que esse tipo de solicitação traz aos trabalhadores — desde risco físico até possíveis implicações legais. As imagens repercutiram e reacenderam o debate sobre segurança e responsabilidade nos apps de entrega, onde milhares de profissionais circulam diariamente.
Nas redes, a reação foi majoritariamente de apoio ao motoboy, com muitos internautas destacando a necessidade de as plataformas reforçarem mecanismos para identificar e bloquear pedidos suspeitos. Outros lembraram que a precarização do trabalho e a pressão por corridas baratas acabam colocando entregadores em situações vulneráveis.
O caso também reacende uma pergunta prática: como as empresas de entrega podem melhorar as ferramentas de denúncia e prevenção sem inviabilizar o serviço? Enquanto isso, entregadores como Allan seguem buscando preservar a segurança no dia a dia — e a dignidade do “corre”.